Ao longo dos anos, observa-se uma crescente ansiedade dos acadêmicos, no sentido de uma maior interação entre o material utilizado nas aulas práticas e o ambiente onde foram coletados. Faltando material que dê subsídios ao reconhecimento e a associação entre funções e constituição das estruturas presentes nas plantas e o ambiente de onde elas se originaram, a presente proposta mostra a preocupação com a formação acadêmica e com a preservação do meio ambiente.

 

Para a realização das aulas práticas de Botânica, são utilizados materiais frescos coletados principalmente no Campus Carreiros e região de entorno pelos técnicos do laboratório. Durante as aulas práticas, os materiais coletados são manuseados pelos acadêmicos, utilizados em experimentos de fisiologia vegetal ou em atividades que incluem a confecção de cortes histológicos a mão livre e montagem em lâminas para visualização ao microscópio das diferentes estruturas vegetais.

 

Outra atividade desenvolvida inclui a utilização de recursos didáticos disponíveis nos laboratórios de Botânica, como lâminas microscópicas semi-permanentes, exsicatas, carpoteca, sementário, coleções de algas, briófitas e fungos para comparação das estruturas a serem observadas. A disponibilização na web de coleções didáticas destinadas às aulas de Botânica para o Ensino de graduação elevará a qualidade do Ensino, como também irá minimizar as coletas de organismos para aulas práticas, além de facilitar ao acadêmico o acesso aos conteúdos tratados nas aulas práticas. Deste modo, contribuindo para o conhecimento e ao mesmo tempo com a preservação da flora característica dos diferentes ambientes que constituem o ecossistema costeiro do Sul do Rio Grande do Sul.

 

Visando facilitar a compreensão dos conteúdos abordados, a proposta foi dividida em dois capítulos: 1. Anatomia vegetal; 2. Fisiologia vegetal. Cada capítulo apresenta características específicas, sendo inicialmente subdivididos por ambientes e tecidos vegetais. Inicialmente foram trabalhadas plantas que ocupam o ecossistema das dunas.

 

A planície costeira do estado do Rio Grande do Sul destaca-se pelo seu extenso sistema de lagoas, banhados, matas ciliares e paludosas. Entre os ambientes costeiros, com influência do aporte de água salgada, destacam-se os marismas e as dunas. Nestes últimos, merece destaque a presença de uma elevada concentração de sais na água ou no solo, acarretando em um elevado potencial osmótico que dificulta a absorção de água pelas plantas. Além disso, as plantas que ocupam estes ambientes, ainda convivem com elevadas concentrações de sódio, carbonatos e íons clorídricos, as quais podem ser potencialmente tóxicas as plantas.

 

As dunas são feições naturais que se desenvolvem em praias arenosas. É característica destes ecossistemas a constante atuação de ventos oceânicos e o contínuo aporte de areia. Condições estressantes em função da movimentação do vento, da instabilidade da areia, da salinidade, da deficiência de nutrientes e do estresse hídrico, são fatores limitantes a ocupação destes ambientes pelas plantas. Assim, espécies que colonizam as dunas apresentam adaptações morfológicas, fisiológicas, reprodutivas e de ciclo de vida como resposta as condições estressantes impostas pelo ambiente.

 

Foto 1 - Blutaparon portulacoides - Habitat nas dunas da Praia do Cassino, Rio Grande, RS - Foto: Elton Colares

 

Capítulo 01 - Anatomia Vegetal

Capítulo 02 - Fisiologia Vegetal